segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O fascismo

Mussolini e Hitler, os dois expoentes históricos do regime fascista. Disponível em: <http://elcoyote.org>

O mundo Ocidental atual tem se deparado com governos intitulados "fascistas" ou "neofascistas". Muito além de práticas exclusivas desses Estados, o que nos chama a atenção é o apelo social que eles alcançam. Para conseguirmos determinar se tais governos podem ser assim chamados, faremos uma análise do contexto do fascismo. 

O fascismo pode ser definido historicamente como o grupo de regimes de extrema direita que perdurou na Europa a partir da década de 1920 até 1975 (levando em conta o Franquismo na Espanha e o Salazarismo em Portugal). A Itália é a origem do sistema político com Benito Mussolini (1919).

O nazismo talvez seja o mais famoso dos fascismos. Apesar das características nacionais próprias, o governo nacional-socialista na Alemanha é semelhante aos demais: antiliberal, autoritário, antidemocrático, antissocialista (apesar do nome do partido), além de uma forte propaganda manipuladora
Símbolo do partido fascista italiano. Com a tentativa de criar uma identidade nacional, Mussolini buscou uma representação do glorioso passado romano. Disponível em: <https://grancircopravda.tumblr.com/page/4>

A ascensão destes regimes também tem em comum a crise econômica, social e política dos países em que o fenômeno ocorreu.

Em que medida a crise econômica pode influenciar na ascensão de regimes ditatoriais?

O “Estado Total” fascista buscava penetrar em todas as faces da vida coletiva e individual, a ponto do governo ser considerado uma instituição viva e extremamente necessária para o bem-estar, a segurança e a identidade nacional dos indivíduos. 

A aversão à democracia era justificada pela necessidade de coesão harmoniosa, diferente da caótica e contraditória pluralidade de ideias.

Para conter os levantes trabalhistas, os regimes da Itália e da Alemanha propunham alternativas de organização dos operários, tudo sob controle direto do partido fascista. Essas instituições promoviam disputas esportivas, férias e sessões de cinema, ou seja, ambientes de lazer dos trabalhadores. 

A impressão era que o proletariado estava melhorando sua condição. No entanto, essas atividades eram financiadas pelos descontos mensais dos salários (somente a menor parte do desconto era investida nessa diversão). A exploração no trabalho não diminuía.  

(UERJ 2019) 

As acusações mais constantes aos quadrinhos do Super-Homem são de que naturalizam a violência como melhor forma de resolver problemas, inclusive os sociais, e, claro, de que há um autoritarismo intrínseco na ideia de ser preciso um homem forte para pôr ordem na sociedade. Também se apontam em suas histórias o desprezo pelas instituições criadas em torno do voto, o elogio das autoridades não eleitas (militares, policiais, juízes), uma rebeldia juvenil contra a desordem e a promoção de novas elites.
Adaptado de CAMPOS, Rogério de. Super-Homem e o romantismo de aço. São Paulo: Ugra Press, 2018.
  
Criado em 1938, o personagem Super-Homem foi alvo de críticas que o associavam a ideologias políticas correntes naquela década.

Com base no texto, denomine a ideologia política associada ao personagem por seus críticos. Nomeie, também, dois regimes ou movimentos inspirados por essa ideologia.

Ao mesmo tempo, as atividades empresariais eram fomentadas pelo incentivo ao mercado interno e externo. Nessa “corporação fascista”, o Estado “cuidaria” de uma integração harmoniosa entre empresários e operários, todos plenamente atendidos. Segundo essa lógica, evitava-se a danosa luta de classes do marxismo. Com uma interdependência das camadas sociais justificava-se o “socialismo nacional fascista”.

Se engana quem pensa que tais ideias significavam respeito à diversidade. No fascismo, aquele que não se enquadra nesse status nacional, ou seja, o “diferente”, deve ser eliminado (não esqueçamos dos judeus, gays, negros, ciganos, estrangeiros em geral etc., todos perseguidos e torturados). 

A identidade nacional era construída na unicidade física, cultural e moral.

Mussolini e Hitler. O encontro dos dois líderes fascistas era uma prévia da aliança na Segunda Guerra Mundial. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47686939>

(UFU 2019) “É necessário além do partido único, um Estado que absorva para transformar e fortalecer todas as energias, todo o interesse, todas as esperanças de um povo”. (Discurso atribuído a Benito Mussolini)

“O fascismo não é impedir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer”. (Roland Barthes)

“Deutschland uber alles” (“Alemanha acima de tudo.”) Início do hino alemão que vigorou até o final da Segunda Guerra Mundial e lema nazista dos anos 1930 e 1940)

a) As citações acima evocam, de várias maneiras, a tradição totalitária fascista que floresceu na Europa a partir dos anos 1920. Explique quatro das principais características do fascismo italiano entre as décadas de 1920 e 1940.
b) Cite quatro características do Estado nazista na Alemanha nos anos 1930 e 1940 e apresente duas diferenças entre esse e o fascismo italiano. 


Habilidades da BNCC desenvolvidas:
- Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.) - Ensino Médio.

- Descrever e contextualizar os processos de emergência do fascismo e do nazismo, a consolidação dos Estados totalitários e as práticas de extermínio (9º ano).


Após minha breve análise, proponho uma reflexão: leia o trecho abaixo e discuta a participação dos indivíduos no sistema político fascista.

“[...]Numa religião de Estado, submerge o indivíduo em identidades coletivas, realizando uma falsa concretização do encontro do homem consigo mesmo. Deste modo, o homem novo fascista é antes de tudo uma falsa projeção concretizada de tudo aquilo que para ele mesmo é uma perda”.
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Os fascismos. In: FILHO, D. A. R. et al (Org.). O século XX: o tempo das crises. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

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Referências:


HOSBAWN, Eric. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). Trad Marcos Santarrita. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
KONDER, Leandro. Cultura e política nos anos críticos. In: FILHO, D. A. R. et al (Org.). O século XX: o tempo das crises. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Os fascismos. In: FILHO, D. A. R. et al (Org.). O século XX: o tempo das crises. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

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